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As Glórias do Radha-kunda

  • Foto do escritor: Vana Madhuryam Brasil
    Vana Madhuryam Brasil
  • 24 de out. de 2024
  • 10 min de leitura

Atualizado: 27 de out. de 2024


Srila Bhaktivedanta Vana Gosvami Maharaja

26 de março de 2022, Índia


Pela misericórdia sem causa de Guru e Gauranga, agora chegamos às margens do Radha-kunda. Srimati Radhika é nossa istha-devi — nossa deidade adorável. Srila Raghunatha Dasa Gosvami, em seu livro sem precedentes, Manah Siksa, explica:


madīśā-nāthatve vraja-vipina-candraṁ vraja-vane- 

śvarīṁ tāṁ-nāthatve tad-atula-sakhītve tu lalitām

viśākhāṁ śikṣālī-vitaraṇa-gurutve priya-saro-

girīndrau tat-prekṣā-lalita-rati-datve smara manaḥ


(Śrī Manaḥ-śikṣā, verso 9, de Śrīla Raghunātha dāsa Gosvāmī)


["Ó mente, sempre recorde Vṛndāvana-candra Śrī Kṛṣṇa, como o Senhor da vida de minha svāminī Śrī Rādhikā, Vṛndāvaneśvarī Śrīmatī Rādhikā como minha mestra, Śrī Lalitā como Sua amiga incomparável, Śrī Viśākhā como a guru instrutora, e Śrī Rādhā-kuṇḍa e Girirāja-Govardhana como aqueles que concedem o darśana de Śrī Śrī Rādhā-Kṛṣṇa e outorgam sublime apego (rati) por Eles."]


Mad-isha — minha senhora, Srimati Radhika. Raghunatha Dasa Gosvami realizou seu bhajana e sadhana apenas nas margens do Radha-kunda, porque este Radha-kunda não é diferente de Srimati Radhika. O próprio Chaitanya Mahaprabhu disse:


kuṇḍera ‘mādhurī’ — yena rādhāra ‘madhurimā’

kuṇḍera ‘mahimā’ — yena rādhāra ‘mahimā’


(Śrī Caitanya-caritāmṛta, Madhya-līlā, 18.11)


["A atração do Rādhā-kuṇḍa é tão doce quanto a de Śrīmatī Rādhārāṇī. Da mesma forma, as glórias do kuṇḍa são tão grandiosas quanto as de Śrīmatī Rādhārāṇī."]


As glórias do kunda não são diferentes de Srimati Radhika. 


Como o Radha-kunda Foi Manifestado


Há muitas lilas (passatempos) sobre a manifestação do Radha-kunda. Certa vez, Radha, Krishna e as gopis (vaqueirinhas de Vraja) estavam realizando uma doce lila neste local. Este lugar é chamado Arit-grama, que significa o lugar onde Krishna matou o demônio Aristasura. Por essa razão, este local chama-se Arit-grama.


ei-mata mahāprabhu nācite nācite

‘āriṭ’-grāme āsi’ ‘bāhya’ haila ācambite


 (Śrī Caitanya-caritāmṛta, Madhya-līlā, 18.3)


[Śrī Caitanya Mahāprabhu dançava em êxtase, mas quando Ele chegou a Āriṭ-grāma, Sua percepção sensorial foi despertada.]


Chaitanya Mahaprabhu chegou a este lugar e dançou em êxtase. Naquela época, ninguém sabia onde estava o Radha-kunda e o Krishna-kunda. Chaitanya Mahaprabhu perguntou a um aldeão muito idoso onde esses kundas ficavam. O aldeão disse: "Nós não sabemos onde estão o Radha-kunda e o Shyama-kunda, mas há um campo de arroz ali, e lá há dois pequenos lagos". Um desses lagos chama-se Kali-kshetra e o outro chama-se Gauri-kshetra. Chaitanya Mahaprabhu Se banhou no Gauri-kshetra e declarou: "Este é o Radha-kunda". Bolo Radha-kunda ki jay! Então, Chaitanya Mahaprabhu banhou-Se no Kali-kshetra e declarou: "Este é o Shyama-kunda". Assim, o Senhor Chaitanya Mahaprabhu manifestou o Radha-kunda e o Shyama-kunda.


Em Dvarapa Yuga, Krishna também realizou doces lilas. Nossos Vedas, Puranas e Upanishads explicam como o Radha-kunda e o Shyama-kunda se manifestaram. Embora esses kundas sejam eternos e transcendentes, nitya-aprakrta, eles se manifestam em krishna-lila.


Certa vez, Krishna estava realizando doces lilas com as gopis, quando um demônio chamado Aristasura apareceu. Esse demônio assumiu a forma de um grande touro e começou a perturbar os vrajavasis. Naquele momento, todos os vrajavasis clamaram: “Krishna, Krishna, Krishna Mahabaho! Ó Krishna, onde Você está? Agora o demônio Aristasura está nos perturbando!”. Naquele instante, Krishna deixou as gopis, e foi até lá, matando o demônio Aristasura. 


Quando Krishna voltou à presença das gopis, elas brincaram e riram com Ele, dizendo: "Você matou uma vaca, então Seu corpo agora está contaminado com a atividade pecaminosa de matar vacas". Krishna respondeu: "Eu não matei uma vaca, Eu matei um demônio que se manifestou na forma de uma vaca — um touro”. Todavia, as gopis disseram: "De qualquer forma, Você matou uma vaca. Desse modo, Seu corpo está completamente contaminado com a atividade pecaminosa de matar vacas. Por essa razão, não queremos nos encontrar com Você”.


Então Krishna, muito humildemente, disse: "Como posso purificar Meu coração e Me livrar da atividade pecaminosa de matar uma vaca?". Naquele momento, as gopis responderam: "Você tem que Se banhar em todos os rios sagrados e lugares sagrados. Só assim ficará livre da atividade pecaminosa de matar vacas". Então Krishna, apenas com o tornozelo, fez um belíssimo kunda. Não havia água, então Ele simplesmente Se lembrou de todos os rios e lagos sagrados, e todos eles apareceram e revelaram suas identidades: "Eu sou Narmada”, “Eu sou Kaveri”, “Eu sou Sindhu". Todos disseram seus nomes e encheram o kunda com sua água. Então, Krishna Se banhou naquele kunda, e por essa razão, esse kunda é chamado de Krishna-kunda ou Shyama-kunda. Krishna disse às gopis: "Agora, vocês também podem se banhar em Meu kunda”, mas as gopis, especialmente Srimati Radhika, disseram: "Não, Eu posso fazer o meu próprio kunda".


Por essa razão, Srimati Radhika fez um belíssimo kunda redondo com suas pulseiras. Em seguida, Krishna disse: "Vocês podem pegar água de Mim", mas elas responderam: "Não, não". Naquele momento, Srimati Radhika, junto com as gopis, disse: "Precisamos encher este lago com a água do Manasi Ganga". Srimati Radhika pegou um pote de barro e buscou água do Manasi Ganga com as gopis. Logo, todos os rios e lagos sagrados manifestaram suas belas formas e se renderam completamente aos pés de lótus de Srimati Radhika, recitando o verso: "Ó Srimati Radhike, por favor, nos dê o serviço de encher Seu kunda com nossas águas". Eles recitaram os versos:


munīndra-vṛnda-vandite triloka-śoka-hāriṇi

prasanna-vaktra-pańkaje nikuñja-bhū-vilāsini

vrajendra-bhānu-nandini vrajendra-sūnu-sańgate

kadā kariṣyasīha māḿ kṛpā-katākṣa-bhājanam


(Śrī Rādhā-kṛpā-kaṭākṣa-stava-rāja, verso 1, falado por Śiva no  urdhvāmnāya-tantra)


["Ó Śrīmatī Rādhikā, que és glorificada pelos grandes sábios! Ó Tu que dissipas a lamentação dos três mundos, cujo rosto de lótus floresce com um sorriso jovial, e que Te divertes nos kuñjas (bosques). Ó amada filha do Rei Vṛṣabhānu! Ó a mais próxima e querida do filho do rei de Vraja, quando me farás o objeto de Teu misericordioso olhar de soslaio?"]


madonmadāti-yauvane pramoda-māna-maṇḍite

priyānurāga-rañjite kalā-vilāsa-paṇḍite

ananya-dhanya-kuñja-rājya-kāma-keli-kovide

kadā kariṣyasīha māḿ kṛpā-katākṣa-bhājanam


(Śrī Rādhā-kṛpā-kaṭākṣa-stava-rāja, verso 5)


["Ó Tu, que estás inebriada por Tua juventude, que és adornada com o encantador ornamento da raiva amorosa, que Te deleitas no apego do Teu amado por Ti, e que és supremamente hábil na arte dos assuntos amorosos. Ó Tu, que és a mais erudita no conhecimento das brincadeiras amorosas dentro dos Teus confidenciais e auspiciosos bosques, quando me farás o destinatário de Teu misericordioso olhar de soslaio?"]

 

ananta-koṭi-viṣṇu-loka-namra-padmajārcite

himādrijā-pulomajā-viriñcijā-vara-prade

apāra-siddhi-ṛddhi-digdha-sat-padāńgulī-nakhe

kadā kariṣyasīha māḿ kṛpā-katākṣa-bhājanam


 (Śrī Rādhā-kṛpā-kaṭākṣa-stava-rāja, verso 11)


["Ó Tu, que és adorada por Lakṣmī-devī — senhora dos ilimitados planetas de Vaikuṇṭha — e que concedes bênçãos a Śrī Pārvatī, Indrāṇī e Sarasvatī, até mesmo uma das unhas de Teus pés de lótus dá origem a uma infinita variedade de perfeições espirituais. Oh, quando me farás o destinatário de Teu misericordioso olhar de soslaio?"]


Desse modo, todos os rios sagrados manifestaram sua forma e prestaram suas reverências aos pés de lótus de Srimati Radhika, que ficou muito satisfeita com eles. Todos os rios sagrados se identificaram e encheram o kunda — o Radha-kunda — com suas águas. Então, todas as sakhis se banharam ali. 


Contudo, Krishna é muito astuto; Ele fez um buraco entre o Radha-kunda e Shyama-kunda com Sua flauta, que é chamado de sangan sthal, o encontro do Radha-kunda e do Shyama-kunda. Sangam significa "juntar"; é o local de encontro. Então, a água do kunda de Krishna entrou no Radha-kunda e a água do Radha-kunda entrou no Shyama-kunda. Isso significa que o Radha-kunda e o Shyama-kunda se manifestaram como um, [na forma de] Sacinandana Gaurahari ki… (jay!) Radha Krishna milita tanu — a forma combinada de Radha e Krishna — é chamada de Sacinandana Gaurahari.


O Bhajana de Raghunatha Dasa Gosvami


Agora chegamos às margens do Radha-kunda. Especialmente aqui está o bhajana-sthali de nosso Raghunatha Gosvami e também o seu samadhi-mandir. Ele realizou seu bhajana e sadhana somente às margens do Radha-kunda. Outros Gosvamis realizaram bhajana e sadhana em diferentes lugares de Vrindavana, mas Raghunatha Dasa Gosvami fez seu bhajana e sadhana somente aqui — Radha eka nistha. Raghunatha Dasa Gosvami está nos dando o exemplo: se você deseja ser uma manjari, precisa ser totalmente unidirecionado a Srimati Radhika.


rādhikā-dāsī jadi haya abhimāna

śīghra-i mila-i taba gokula-kāna


(Canção Rādhā-bhajane Ĵadi, verso 5, de Śrīla Bhaktivinoda ṭhākura)


[Se alguém se considera uma humilde serva de Śrīmatī Rādhikā, então essa pessoa encontra muito rapidamente Kāna de Gokula.]


Se você deseja se tornar uma serva de Srimati Radhika, automaticamente alcançará Krishna. Raghunatha Dasa Gosvami escreveu um verso sobre como alcançar o prema mais elevado — radha-dasyam (o serviço a Radha). Gurudeva disse que os Gaudiya Vaisnavas têm apenas um único objetivo: buscar se tornar uma serva de Srimati Radhika, radha-dasyam. Portanto, devemos seguir três princípios. Não são muitos. São quantos? Três. Quais são eles?


anārādhya rādhā-padāmbhoja-renum

anāśritya vṛndāṭavīṁ tat-padāṅkām |

asambhāṣya tad-bhāva-gambhīra-cittān

kutaḥ śyāma-sindhau rasyasyāvagāhaḥ


(Sva-Saṃkalpa-Prakāśa-Stotra, verso 1, de Śrīla Raghunātha dāsa Gosvāmī)


[Sem adorar a poeira dos pés de lótus de Sri Radha, sem se abrigar em Vrindavana, que carrega Suas pegadas, e sem saudar respeitosamente as grandes almas cujos corações estão cheios de profundo amor por Ela, como alguém será capaz de mergulhar no oceano de néctar do amor pelo Senhor Krsna?]


Se você deseja submergir no oceano do amor divino de Radha e Krishna, que é chamado de shyama-sindhu (shyama-rasa significa sringara-rasa, o humor conjugal), você deve seguir três princípios. Primeiro, você deve ser totalmente unidirecionado a Srimati Radhika. 


(Srila Gurudeva canta a seguinte canção: “Radha mere svamini main radhe ko dasa, janama janama mohe dijio sri vrndavana-vasa”.) Segundo, você deve permanecer em Vraja.


tan-nāma-rūpa-caritādi-sukīrtanānu-

smṛtyoḥ krameṇa rasanā-manasī niyojya

tiṣṭhan vraje tad-anurāgi-janānugāmī

kālaṁ nayed akhilam ity upadeśa-sāram


(Śrī Upadeśāmṛta, verso 8, Śrīla Rūpa Gosvāmī)


[A essência de todos os conselhos é que uma pessoa deve utilizar todo o seu tempo — vinte e quatro horas por dia — cantando e lembrando-se do nome divino, da forma transcendental, das qualidades e dos passatempos eternos do Senhor, envolvendo gradualmente sua língua e mente. Dessa forma, deve residir em Vraja [Goloka Vṛndāvana-dhāma] e servir a Kṛṣṇa sob a orientação dos devotos. Deve seguir os passos dos devotos amados do Senhor, que estão profundamente ligados ao Seu serviço devocional.]


Você deve ficar em Vraja, mas onde em Vraja? Onde Radha e Krishna realizam doces passatempos amorosos; há muitos desses locais em Vraja. Mas, em especial, você deve permanecer às margens do Radha-kunda, e principalmente onde Srimati Radhika realiza Seus doces passatempos amorosos. Nesses locais você deve ficar, incluindo: Seva-kunja, Nidhuvana, Nikunjavana, Radha-kunda, Shyama-kunda, Kokilavana e Javata. Esses lugares são chamados de radha-adhipatya-bhumi [locais/terra em que Radha é hegemônica/suprema]. Mas o local mais elevado é o Radha-kunda.


vaikuṇṭhāj janito varā madhu-purī tatrāpi rāsotsavād

vṛndāraṇyam udāra-pāṇi-ramaṇāt tatrāpi govardhanaḥ

rādhā-kundam ihāpi gokula-pateḥ premāmṛtāplāvanāt

kuryād asya virājato giri-taṭe sevāṁ vivekī na kaḥ


(Śrī Upadeśāmṛta, verso 9, Śrīla Rūpa Gosvāmī)


[A cidade de Mathurā é superior a Vaikuṇṭha, porque o Senhor nasceu lá. Superior a Mathurā é Vṛndāvana, pois o festival da dança da rāsa ocorreu lá. Superior, até mesmo a Vṛndāvana, é Govardhana, porque é o local de vários passatempos lúdicos de Śrī Kṛṣṇa, o levantador da Colina de Govardhana. Dentro de Govardhana, Śrī Rādhā-kuṇḍa reina suprema, pois está transbordando com o néctar do amor divino (prema) por Gokula-pati Śrī Kṛṣṇa. Portanto, que pessoa inteligente não prestaria serviço a esse lago, que está situado ao pé da Colina de Govardhana?]


Neste verso, Raghunatha Dasa Gosvami explica que o lugar mais elevado é o Radha-kunda. Em segundo lugar, se você não puder ficar fisicamente no Radha-kunda, você deve permanecer lá com sua mente. Mas como permanecer no Radha-kunda com a mente? Sempre lembrando os shlokas do Vilapa Kusumanjali de Raghunatha Dasa Gosvami. Isso é muito importante.


tavaivāsmi tavaivāsmi 

na jīvāmi tvayā vinā

iti vijñāya devi tvaṃ 

naya māṃ caraṇa antikam


(Vilāpa Kusumāṃjali, verso 96, por Śrīla Raghunātha dāsa Gosvāmī)


[“Eu sou Teu! Eu sou Teu! Eu não posso viver sem Ti! Ó Devī (Rādhe), por favor, entenda isso e me traga para os Teus pés de lótus.”]


hā devi! kāku-bhara-gadgadayādya vācā 

yāce nipatya bhuvi daṇḍavad udbhaṭārtiḥ

asya prasādam abudhasya janasya kṛtvā 

gāndharvike! nija-gaṇe gaṇanāṁ vidhehi


(Śrī Gāndharvā-samprārthanāṣṭakam, verso 2, de Śrīla Rūpa Gosvāmī)


[Ó Devī Gāndharvikā! Em total angústia, caindo ao chão como uma vara, imploro a Ti com uma voz embargada de desespero e oro aos Teus pés de lótus: por favor, seja misericordiosa com este tolo e me considere como um dos Teus.]


Ore sempre a Srimati Radhika: "Ó Srimati Radhika, apenas escreva meu nome na Sua lista". Tenha sempre esse pensamento. Se seu nome não estiver na lista, ninguém irá te chamar. Às vezes, vocês dizem: "Gurudeva, você não está na lista, então não esperei por você". (Srila Gurudeva brinca) Portanto, se seu nome estiver na lista de Srimati Radhika, um dia Ela te chamará. Bolo Radharani ki jaya!


A terceira condição é estar sempre na companhia dos sadhus e gurus fidedignos de alta classe, que são vraja-rasika. Seja unidirecionado. Se você ficar andando para cá e para lá, Srimati Radhika não te aceitará. Esteja focado apenas em Srimati Radhika e nos rasika-vaishnavas, e ouça hari-katha. Raghunatha Gosvami apontou este caminho.


Há tantos kathas… O katha sobre o Radha-kunda não pode parar, é verdade, mas temos que ir, pois o tempo acabou. Existem inúmeros kathas sobre o Radha-kunda. Como Raghunatha Dasa Gosvami praticou austeridades severas nas margens do Radha-kunda! Ele realizava bhajana e sadhana aqui, onde não havia nenhuma sombra, e ficava completamente exposto aos raios do sol, que queimavam seu corpo. Mesmo assim, ele cantava os santos nomes. 


Certa vez, Srimati Radhika apareceu e fez sombra sobre a cabeça dele. Sanatana Gosvamipada observou isso e perguntou: “Raghunatha, você está aqui para fazer bhajana e sadhana. Qual é o seu objetivo?”. Raghunatha Dasa Gosvami simplesmente respondeu: “Eu quero servir Srimati Radhika.” Sanatana Gosvamipada então disse: “Hoje, eu vi que Srimati Radhika fez sombra sobre sua cabeça com Seu sari. Portanto, você deve construir uma pequena cabana e permanecer lá”. Seguindo as instruções de Sanatana Gosvamipada e de Rupa Gosvampada, Srila Raghunatha Dasa Gosvami passou a morar em uma pequena cabana, dedicando-se ao bhajana e sadhana. A renúncia de Raghunatha Gosvami não pode ser expressa em palavras.


Srimati Radhika fazendo sombra sobre a cabeça de Raghunatha Dasa Gosvami com o seu sari
Srimati Radhika fazendo sombra sobre a cabeça de Raghunatha Dasa Gosvami com o seu sari

Raghunāthera vairāgya jana paśāṇe rekha — a renúncia (vairagya) de Raghunatha Dasa é como uma linha gravada em uma pedra. Por essa razão, com muita humildade, ele está dizendo:


vairagya-yug-bhakti-rasah prayatnair

apayayan mam anabhipsum andham

krpa ambudhih yah para-duhkha-duhkhi

sanatanah tam prabhum asrayami


(Vilāpa Kusumāṃjali, verso 6)


[Eu estava relutante em beber o néctar do bhakti-rasa dotado de renúncia, mas Srila Sanatana Gosvami, sendo um oceano de misericórdia, que não consegue tolerar o sofrimento dos outros, diligentemente me induziu a bebê-lo. Portanto, eu busco abrigo em Srila Sanatana Gosvami como meu siksa-guru.]


Raghunatha Dasa Gosvami, muito humildemente, está dizendo: "Eu não tenho vairagya e nem bhakti-yoga, mas Sanatana Gosvami Pada, misericordiosamente e à força, me concedeu vraja-raganuga-bhakti". Isso é a humildade dele. Dia e noite, Raghunatha Dasa Gosvami cantava os santos nomes, lembrando-se de Srimati Radhika, e chorava e chorava.


Certa vez, Krishna apareceu e disse: "Ó Raghunatha Dasa Gosvami, Meu coração se derreteu completamente com suas austeridades rigorosas, então posso lhe conceder uma bênção". Raghunatha Dasa Gosvami respondeu: "Ó Bakari Krishna, eu não preciso de suas bênçãos. Se Srimati Radhika não me der bênçãos, eu não preciso das Suas".


āśābharairamṛtasindhumayaiḥ kathañcit

kālo mayātigamitaḥ kila sāmprataṃ hi

tvañcet kṛpāṃ mayi vidhāsyasi naiva kiṃ me

prāṇairbrajena ca varoru vakāriṇāpi


(Vilāpa Kusumāṃjali, verso 102)


["Para mim, o momento presente está, de alguma forma, inundado por um oceano de néctar de muitas esperanças. Se Você não me conceder Sua misericórdia, então de que adianta para mim esta vida, a terra de Vraja e Śrī Kṛṣṇa, o inimigo de Baka?"]


Raghunatha Dasa Gosvami disse: "Ó Bakari Krishna, eu não preciso da Sua misericórdia". Ele precisa do quê? De Srimati Radhika. Se Radhika não der misericórdia, qual é o valor da misericórdia de Krishna? Radha-kripa-hi-kevalam, como ser unidirecionado a Srimati Radhika. Bolo Radharani ki jay! Jay jay Sri Radhe!


Agora vamos fazer o parikrama. Iremos para o Radha-kunda e faremos achamana e puja para o Radha-kunda e o Shyama-kunda.


Gaura Premanande!

Hari Haribol!


 

Transcrição: Vrindavana Palika Devi Dasi

Tradução e Edição: Taruni Gopi Dasi

Revisão: Acyuta Priya Devi Dasi

Suporte: Taruni Gopi Dasi (Austrália)


Logo Vana Madhuryam Brasil com a imagem de Radha e Krishna.

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